terça-feira, 25 de maio de 2010

Em protesto, posto vende gasolina "sem imposto" a R$ 1,18




Em protesto contra a carga tributária no Brasil, o Instituto Ludwig von Mises e o Movimento Endireita Brasil realizaram, nesta terça-feira, o "Dia da Liberdade de Impostos", marcado pela venda de gasolina com desconto total de impostos em um posto da Zona Oeste de São Paulo. Subsidiado pelos organizadores, o litro do combustível foi vendido a R$ 1,18, 52% mais barato que os R$ 2,499 cobrados normalmente.
Para aproveitar a oportunidade, os motoristas tiveram que chegar cedo ao posto da Avenida Sumaré, devido ao limite de 6 000 l da gasolina promocional, que deve atender cerca de 200 veículos, com máximo de 30 l cada, segundo a organização. "Rodei 40 km desde a Zona Leste e cheguei às 6h para ter essa oportunidade", disse o motoboy Fabiano Soares, de 26 anos, o primeiro a abastecer, às 9h. Também foram distribuídos adesivos para os veículos, folhetos e narizes de palhaço.
Na bomba ao lado, estava o fisioterapeuta Paulo Vinícius, 29 anos, que chegou às 6h30 e participava pelo segundo ano na manifestação. "Pagar o valor verdadeiro é um absurdo. Troquei de carro em janeiro e é a primeira vez que ponho gasolina".
Segundo os organizadores, o maior objetivo do evento foi mostrar o peso da carga tributária no preço dos produtos, desconhecido pelos consumidores. " Nosso intuito é conscientizar a população de que, quando compramos qualquer produto, pagamos impostos embutidos que pouca gente conhece", explicou Helio Beltrão, presidente do Instituto Ludwig Von Mises.
Ricardo Salles, presidente do Movimento Endireita Brasil, apontou ainda a relação do crescimento da máquina pública com a incidência de impostos. "Nós queremos mostrar para as pessoas quanto custa, efetivamente, nas suas economias, o peso de um Estado tão agigantado e perdulário como o nosso".
A ação foi realizada também em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Vitória, Caruaru, Brasília, São Lourenço, Colatina e Resende.
Porto AlegreEm Porto Alegre, 250 pessoas serão atendidas, já que o posto disponibilizou 5.000 l de gasolina a R$ 1,25 o litro. O valor complementar foi pago pelo Instituto Liberdade, Associação da Classe Média (Aclame) e Instituto de estudos Empresariais (IEE). Com tributo, o litro da gasolina sairia por R$ 2,57.
As 250 senhas começaram a ser distribuídas um pouco antes da 9h. O primeiro motorista chegou no posto às 3h30. O auxiliar administrativo Fabrício Araújo, 31 anos, saiu direto do trabalho e foi guardar lugar na fila. "Infelizmente não deu para encher o tanque, mas é uma forma de ajudar no protesto e fazer o governo reduzir os impostos", disse ele.
Araújo se precaveu e levou uma nota de R$ 50 para pagar os R$ 25 referentes aos 20 litros a que teria direito. "Como eu não sabia se eles iam aceitar cartão, achei melhor fazer isso", afirmou.
O trânsito na região do posto ficou lento durante a manhã e foi organizado por agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Como não tinha muito espaço para estacionar no posto, os motoristas que aguardavam para encher o tanque formavam fila ao redor do quarteirão.
Felipe Tau e Fabiana LealDireto de São Paulo e Porto Alegre - Especial para o Terra

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