terça-feira, 15 de junho de 2010

Empresas investem em pagamentos via celular


Novas tecnologias estão em testes avançados e devem se tornar comuns no País já no ano que vem, segundo as companhias


Os consumidores já podem pagar suas compras pelo celular no açougue de Dona Ieda, em São Paulo. Basta aproximar o aparelho do terminal para que a compra seja efetuada. Em breve, crianças poderão comprar sorvetes na padaria dizendo ao caixa o telefone dos pais. Novidades como estas estão em teste e devem ser levadas a um grande número de consumidores brasileiros já no segundo semestre, segundo as empresas de cartões e financeiras. A aposta das companhias é que não só os cartões, mas principalmente os celulares – que já possuem uma grande penetração na população brasileira -, sejam os principais meios de pagamentos do País.
Duas tecnologias que estão em fase avançada de testes são o pagamento por proximidade, com a aproximação do cartão ou do telefone a um terminal de leitura, e o pagamento remoto, que é feito por mensagens de celular. A primeira modalidade está em desenvolvimento pela bandeira MasterCard e está sendo testada em alguns estabelecimentos pela Visa. “Dá pra dizer que nossa expectativa é ter tudo pronto no próximo ano”, diz Marcelo Sarralha, diretor de Produtos da Visa do Brasil. O principal fator que motiva as empresas a investirem em soluções móveis para pagamento é o fato de grande parte da população - de 70% a 80% - possuir celular no Brasil.A tecnologia utilizada no pagamento por proximidade, que está disponível no açougue de Dona Ieda, é chamada de Nier Field Communication (NFC) e é similar ao Bluetooth. Para que a transação seja computada, é preciso que o cartão – ou aparelho celular – esteja a uma distância de até dez centímetros de um terminal, que emite um campo magnético, reconhece e autentica o cartão que está dentro deste campo. Se mais de um cartão ou celular estiverem juntos, o terminal deve pedir que o consumidor retire um.
Essa forma de pagamento é apontada pelos executivos como a melhor solução para locais em que há filas para pagar. “O grande diferencial é a velocidade do pagamento. O terminal para pagamento por proximidade será colocado em locais como cinemas, estádio de futebol, estacionamentos, redes de fast food”, diz Massayuki Fujimoto, diretor de inovação da Redecard.
Pagamento à distância
No caso dos pagamentos à distância, o consumidor envia pelo celular uma mensagem de texto, que é repassada pela operadora ao banco, responsável pela aprovação da transação. “É possível que um cliente esteja em sua casa na praia, peça uma pizza e pague pelo telefone, sem precisar ter dinheiro ou cheque”, conta Sarralha.
Para essa modalidade, a Visa apostará primeiramente em redes de delivery. Em seguida, quer levar a funcionalidade a outros nichos, como o de venda direta. “No caso do segmento de cosméticos, por exemplo, é possível que uma consumidora encomende um perfume e faça o pagamento por celular”, explica Sarralha.
A bandeira MasterCard, que possui um projeto piloto em andamento, deverá lançá-lo no próximo semestre. “Já temos toda a plataforma instalada e convidaremos estabelecimentos e clientes para testes”, afirma Luiz Guilherme Roncato, diretor de plataformas avançadas da MasterCard Brasil. A ideia da empresa, segundo o executivo, é de desenvolver outras funcionalidades além de compras. Já estão na agenda de implementação a recarga de celular, as transferências entre pessoas e consultas de saldo, segundo o executivo. “Quanto mais serviços tivermos neste ecossistema, maior a adesão e a utilização”, afirma.Também será possível pagar contas sem cartão e com o celular de outra pessoa. “Meu filho pode ir à padaria comprar um sorvete e dizer meu número de celular na hora de pagar. Em casa, eu receberei uma mensagem com uma senha. Ligo para ele, passo o código e ele digita”, diz Massayuki. Neste caso, a criança precisa do aparelho telefônico apenas para receber a senha do pai, que antes precisa ir ao banco habilitar seu número. Segundo Massayuki, a Redecard possuiu mais de 600 mil terminais com a opção de aceitar o numero de celular como equivalente ao cartão, prontos para serem distribuídos durante o segundo semestre.
Fonte: Olívia Alonso, iG São Paulo

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