sexta-feira, 11 de junho de 2010

Taxas de juros mais caras para consumidores


Financiamentos de carro, casa, eletroeletrônicos e toda área de crédito ficarão mais caras por causa da elevação da Taxa Básica de juros (Selic). Para economistas, a medida deve frear o consumo e o ritmo de crescimento da inflação
Por causa da Taxa Básica de juros (Selic) todos os financiamentos, que já estão mais caros, devem continuar subindo. As taxas de juros das operações de crédito voltaram a subir em maio, registrando a quarta elevação neste ano, de acordo com pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) divulgada ontem.
Das seis linhas pesquisadas para consumidores, apenas o cartão de crédito rotativo não apresentou aumento, mantendo os juros inalterados. Na média, a taxa para pessoa física passou de 6,82% ao mês (120,71% ao ano) em abril para 6,86% ao mês (121,71% ao ano) em maio. Para empresas, das quatro linhas de crédito analisadas, Capital de giro e conta garantida registraram elevação. A taxa média para pessoa jurídica subiu de 3,65% ao mês (53,76% ao ano) para 3,67% ao mês (54,11% ao ano).
"Mais para frente, deveremos ter reduções dos juros, seja para Produção (pessoa jurídica) como para consumo (pessoa física) em patamares superiores às quedas da Selic. Deveremos inclusive ter períodos em que a Selic vai ficar inalterada e as taxas das operações de crédito vão ser reduzidas", prevê o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira.
Na última quarta-feira o Comitê de Política monetária (Copom) do Banco Central anunciou o segundo aumento consecutivo da Taxa Básica de juros, que passou de 9,50% para 10,25% ao ano. O BC volta a se reunir agora nos dias 20 e 21 de julho. E a expectativa, segundo economistas ouvidos pelo O POVO, é de que a Selic, que serve de base para os juros do mercado, suba mais um pouco. Para o mestre em Economia e professor Ricardo Coimbra, deve subir entre 0,5 ponto percentual (p.p) e 0,7 p.p na próxima reunião totalizando um aumento linear acumulado no ano de cerca de 2%. Considerando que a taxa é bastante elevada, afirma que a medida forte vai frear o consumo, porque todas as operações de crédito ficarão mais caras - juros do cheque especial, do cartão de crédito, dos financiamentos.
Explica que é exatamente isso que o Banco Central quer: reduzir o consumo para evitar que a Atividade Econômica continue acelerada e a Inflação volte. O BC quer demonstrar firmeza no combate a possibilidade de volta da inflação, que tem o controle e será inflexível na função de alcançar o centro da meta de Inflação ou ficar dentro da margem de segurança 2% para cima ou para baixo. Coimbra adianta que ontem já se observou, como reflexo da alta dos juros queda de 2% na taxa de câmbio. “O dólar caiu por causa da entrada de Moeda de especuladores interessados na Taxa de Juros brasileira, a mais alta mundo”, completa, ressaltando que a desvalorização do dólar também ajuda na queda da Inflação porque os produtos importados podem ficar mais baratos no mercado interno.
Fonte: O Povo

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